sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Convulsões no Mundo Árabe


A situação política nos países árabes tem sido objecto de interesse por parte dos alunos. As convulsões sociais começaram na Tunísia com uma revolta do povo que levou à queda da ditadura de Ben Ali e está a estender-se por países do Magrebe e Médio Oriente: a onda de protestos, exigindo reformas e democracia, está a abalar o mundo árabe. Semanas após semanas, a raiva e o sofrimento atingiu vários países árabes. Cresce a contestação popular aos respectivos regimes, com a ocorrência de dezenas de mortos nos confrontos dos manifestantes com a polícia e militares. Na Tunísia, as manifestações contra o desemprego mataram 70 pessoas e derrubaram o ditador Zine Al-Abidine Ben Ali, que fugiu para a Arábia Saudita. No Egipto, as manifestações tiverem resultados idênticos, com a queda do governo presidido por Hosni Mubarak, no poder há 30 anos. Na Argélia, actos contra os elevados preços dos alimentos deixaram um saldo de mais de cinco mortos e centenas de feridos. Na Jordânia, o povo sai às ruas contra o desemprego e o governo. Em Omã, a corrupção no seio da monarquia leva à revolta popular. Na Mauritânia, um homem imola-se em protesto contra o poder instalado. No Iémen, a população clama contra as ditaduras que se perpetuam no poder. No Líbano, a coligação contra o Hezbolah convocou marcha pacífica em Beirute.
Esta tensão crescente nos países do norte da África e do Oriente Médio, que se tem feito sentir, desde Dezembro do ano transacto, é um acontecimento que pela sua pertinência e importância levou à selecção desta notícia em detrimento de outras. A sua relevância reside no facto deste cenário conturbado e circunscrito, até ao momento àquela área geográfica, vir a repercutir-se na conduta de muitos países que continuam a disputar esta região pela posição geoestratégica que representa para o mundo ocidental. Quer se aceite ou não, é de vital interesse, para o mundo, que permaneça este equilíbrio de forças que se vive muito a custo de uma forte diplomacia que tem permitido a coexistência (algo) pacífica entre o mundo árabe e Israel. Com a queda de consecutivos governos e a probabilidade de facções mais radicais e anti-americanas poderem vir a controlar politicamente os destinos desses países pode estar em causa não só a paz naquela região como, igualmente, de surgirem novos desafios para os líderes mundiais para os quais estes não estão preparados. Pelos menos, é indisfarçável, a elevada tensão e incerteza que paira nas mentes dos cidadãos mais atentos com o desenrolar destes acontecimentos…
Professor Paulo Dias

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