domingo, 24 de outubro de 2010

Os Cem Anos da República


Há cem anos foi assim...
As movimentações militares da revolução do 5 de Outubro iniciaram-se no dia 3 de Outubro, cerca das três da madrugada. Foi nessa altura que os soldados da Infantaria 16 se instalaram no cimo da Avenida da Liberdade onde se juntaram ao Regimento de Artilharia 1. Nessa zona instalar-se-ia o quartel-general dos revolucionários. A Marinha aderiu imediatamente à revolta, tendo-se juntado outros militares de baixa patente de ideais republicanos. Os navios Adamastor e São Rafael preparavam-se para o bombardeamento ao Palácio das Necessidades. Entretanto, mal se soube do início das operações, registou-se uma grande agitação entre a população que rapidamente se prestou a ajudar os revoltosos. De salientar a acção da Carbonária que desempenhou um papel preponderante no sucesso do golpe militar. As tropas terrestres tinham-se instalado na Rotunda onde sofriam um forte bombardeamento das forças monárquicas. Na madrugada do dia 4 de Outubro, a situação dessas tropas podia considerar-se desesperante, mas o ataque de um grupo de marinheiros chefiado pelo comissário Mariano Martins viria a revelar-se decisivo na vitória das forças republicanas. Assim, às 9 horas da manhã do dia 4 de Outubro, Paiva Couceiro, o general-chefe das forças monárquicas assinou a acta da rendição. Na manhã do dia 5, a República foi proclamada na varanda da Câmara Municipal de Lisboa. Ao meio-dia, a Revolução estava consumada.
Relatório do comandante Machado Santos ao Governo Provisório (adaptado)

Cem anos passados, o acontecimento foi assinalado um pouco por todo o País. Na nossa escola, a data também não passou em branco. Os professores de História deram um “toca a reunir” aos alunos e distribuíram tarefas para que a data fosse devidamente assinalada. O início dos trabalhos deu-se logo pelas 10h.30m do dia 4, no átrio da nossa escola, onde alunos e professores se juntaram para ouvir o professor Carlos Cardoso explicar como ocorreu esta Revolução. Por seu turno, o Director Vítor Diogo também abordou o tema, realçando a importância desta data. Seguiu-se o Hino Nacional: a Portuguesa, de Alfredo Keil e Henrique Lopes de Mendonça, foi entoada pelos presentes. As comemorações incluíram ainda a plantação de uma árvore. De referir, que já anteriormente, os professores de História tinham abordado o tema nas aulas. Foram, ainda projectados no Polivalente diapositivos com conteúdos alusivos à instauração da República. Paralelamente, inaugurou-se uma mostra na Biblioteca com trabalhos dos alunos que ainda pode ser visitada.

A República defendia uma escola para todos os cidadãos, atribuindo-lhe um papel na difusão do conhecimento e uma valorização da formação cívica, social, física e artística dos alunos, tendo como horizonte torná-los mais activos e responsáveis no processo de ensino e de aprendizagem. Os ideais da República estão mais actuais do que nunca! Impõe-se, por isso, que não nos esqueçamos de os pôr em prática, todos os dias, de uma forma assertiva e responsável.
Professor António da Silva Mendonça

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