No passado dia 20 de fevereiro decorreu na Escola Básica de Santa
Catarina da Serra um espetáculo no âmbito da educação para os direitos humanos,
dinamizado por alunos e professores, para a apresentação do número 2 da revista
da Amnistia Internacional Portugal AGIR
pelos direitos humanos.
“Sai do livro e conta uma
história”, nome atribuído ao espetáculo,
iniciou-se com a atuação dos alunos do 4º ano, orientados pela docente Ana
Bernardes, com a declamação de poemas sobre a Paz, com bastante concentração e
expressividade, poemas redigidos por eles.
Subiram também ao palco os alunos do Grupo de
Estudantes da Amnistia Internacional de Santa Catarina da Serra e do Clube de
Teatro, para apresentação do sketch “O brinde à liberdade”. O aluno Victor
Sfalsini, do 9ºE, deu, de forma muito expressiva, corpo e voz à figura do
advogado e ativista político britânico Peter Benenson, que teve a ideia de fundar
a Amnistia Internacional depois de
ter lido um artigo no jornal, relatando a detenção de dois estudantes que, num
café de Lisboa, em plena ditadura salazarista, ousaram fazer um brinde à liberdade. Depois os alunos dramatizaram a peça “O
mundo virado do avesso”, tendo interpretado, com uma carga dramática muito
expressiva, dez testemunhos reais de prisioneiros espalhados pelo mundo,
apresentando a sua história e explicando como é que a assinatura do cidadão
comum contou para a sua esperança de libertação. Esta atuação possibilitou a reflexão e despertou os nossos
sentidos para uma perceção mais atenta, ampla e sensível da realidade,
expandindo os horizontes e gerando novos olhares sobre o nosso dia a dia.
A
noite culminou com a brilhante atuação do Coro e Orquestra Sinfónica do
Conservatório de Música de Ourém e Fátima, constituídos por alunos da escola
que frequentam o regime articulado da música. Dirigidos pelo maestro Nuno
Martins, interpretaram Imagine, de
John Lennon, tendo causado tanto entusiasmo na sala, que lhes foi solicitado
nova atuação.
O espetáculo
contou com a presença de Daniel Oliveira, coordenador de
Ativismo e Formação da Secção Portuguesa da Amnistia Internacional (AI), e
Cátia Silva, coordenadora Editorial da Secção Portuguesa da AI. Segundo estes
representantes, a AI tem desenvolvido os seus projetos
nas escolas, com o objetivo de valorizar a educação para a cidadania e abordar
os direitos humanos, objetivo essencial para o desenvolvimento e aprendizagem
dos alunos, e é neste âmbito que surge a revista, distribuída pela assistência. Estiveram também presentes,
os docentes Ilda Duro, presidente da Comissão Administrativa Provisória (CAP), Fernanda Ruivo,
coordenadora do grupo 32 da AI Leiria, que mobilizou
alunos para a formação de Grupos de Estudantes da AI no Agrupamento, e Leonor
Lourenço e António Mendonça, coordenadores destes grupos de trabalho. Estes
grupos, o clube de teatro e as aulas têm constituído oportunidades
efetivas para a abordagem da educação para a cidadania, incluindo a dimensão da
educação para os direitos humanos. Foi também convidado para este encontro
António Oliveira Reis, docente aposentado do ex-agrupamento de Escolas e
Jardins da Serra, que apresentou uma homenagem ao Professor, que ensina e educa
para os valores e para os direitos humanos.
A professora Ilda
Duro agradeceu a dedicação, a vontade, a competência e o trabalho de todos os
alunos, professores, assistentes operacionais, pais/encarregados de educação,
convidados e outros membros da comunidade. A escola continuará a trabalhar
temáticas relacionadas com os direitos humanos, com o objetivo de capacitar os
alunos para se tornarem cidadãos mais ativos e conscientes, conferindo uma
perspetiva de direitos humanos às suas realidades pessoais e ao contexto em que
estão inseridos.
Professora Rita Agrela